sexta-feira, 9 de outubro de 2009


"Daqui a cem anos, não importará o tipo de carro que dirigi, o tipo de casa em que morei, quanto tinha depositado no banco, nem que roupas vesti. Mas o mundo pode ser um pouco melhor, porque eu fui importante na vida de uma criança"

Literatura, prática e teoria.

Literatura, prática e teoria

Um amigo especial
Síndrome de Down é o tema desta coleção. Em um dos enredos, um menino passa por vários questionamentos ao observar a rotina de seu vizinho esquisito. Vencendo a timidez e o preconceito, inclusive dos pais, ele conclui que seu amigo Down é apenas diferente.
EM CLASSE Utilize o livro para valorizar as infinitas diferenças que existem entre cada criança, e não para fortalecer a imagem do aluno com síndrome de Down como “o diferente”. Procure fazer com que todos se habituem a falar do quanto são diferentes e do quanto isso é estimulante. Depois, peça a todos que escrevam ou falem para o grupo aquilo que acham mais diferente em si.
MEU AMIGO DOWN NA RUA; MEU AMIGO DOWN NA ESCOLA; MEU AMIGO DOWN EM CASA, Claudia Werneck, 24 págs. cada um, Ed. WVA, tel. (21) 2493-7610, 15 reais cada um

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Reportagens

São João traduzido para a Libras
Inclusão: você está preparado?
Falar com as mãos
As leis sobre diversidade
Aulas planejadas para todos
Tecnologia facilita a aprendizagem
Ver e enxergar
A história de Rodrigo é contada pelo seu melhor amigo, André, o primeiro a perceber que ele era cego, mas podia enxergar tudo. O autor não vê desde bebê, mas cresceu empinando pipa e brincando de carrinho de rolimã. Só mais tarde conheceu o preconceito e viu que em parte ele se deve à desinformação.
EM CLASSE O livro é um guia prático que inspira atividades em sala. No enredo, a professora ajuda todos a entender como Rodrigo enxerga: de olhos vendados as crianças tocam em grãos de feijão e em chocolate e ouvem sons como barulho de chaves. Proponha a atividade à sua turma.
RODRIGO ENXERGA TUDO, Markiano Charan Filho, 36 págs., Ed. Nova Alexandria, tel. (11) 5571-5637, 28 reais

Mundão de tons sem fim
Este é um dos cinco volumes da série Mundinho, para “leitores” de 2 a 5 anos. Com ilustração e texto em braile, o livro – que é quadrado só no formato – começa com a descrição das incontáveis cores presentes na natureza.
EM CLASSE Aproveite o exemplo e faça com a turma uma lista de cores ligando-as a frutas, flores, animais e outros elementos encontrados na escola, no jardim ou na f eira. Vale também trabalhar a idéia do conviver com as diferenças, falando dos habitantes dos hemisférios norte e sul ou de pessoas com deficiência.
UM MUNDINHO PARA TODOS, de Ingrid B. Bellinghausen, 24 págs., Ed. DCL, tel. (11) 3932-5222, 24 reais

Da cor de Flicts
O autor trata o tema da diversidade com muito colorido. Literalmente. No lugar de crianças, ele conta a história de Flicts, uma cor rara e triste, que se sente excluída, feia e aflita por não existir no mundo nada que seja como ela. Um dia resolve sumir, e o destino de Flicts é uma singela surpresa.
EM CLASSE Peça à turma que recorte muitos papéis de tonalidades diferentes. Com a colagem dos pequenos pedaços de papel, a garotada vai fazer uma bandeira representando uma classe que inclui todas as cores.
FLICTS, Ziraldo, 48 págs., Ed. Melhoramentos, tel. (11) 3874-0880, 24 reais

Diferentes, mas iguais
Versos e rimas descrevem uma escola onde todos são iguais mesmo sendo diferentes. “Lá na minha escola/ninguém é diferente/cada um tem seu jeito/o que importa é ir pra frente”.
EM CLASSE A última página vale uma cópia colorida ampliada: os versos merecem atenção e o lindo desenho pode inspirar uma produção de mural coletivo com fotos 3x4 de todos, formando um grande círculo, como um planeta Terra.
NA MINHA ESCOLA TODO MUNDO É IGUAL, Rossana Ramos, 20 págs., Ed. Cortez, tel. (11) 3864-0404, 13,80 reais

Oba, escola nova!
Júlia tem 8 anos e adora ler, brincar com o dicionário e dar nome para tudo, até para três amigas especiais: Felizberta e Felizbina, suas muletas, e Joaninha, sua cadeira de rodas. Júlia vai entrar numa nova escola e quase não consegue dormir de tão ansiosa, pois antes estudava só com crianças com deficiência.
EM CLASSE Consiga uma cadeira de rodas emprestada e promova passeios pela escola e pela vizinhança para detectar obstáculos e propor mudanças para a melhoria do acesso.
JÚLIA E SEUS AMIGOS, Lia Crespo, 32 págs., Ed. Nova Alexandria, tel.(11) 5571-5637, 23 reais

Muito prazer, Sílvia!
Sílvia é uma menina que faz cara feia e bonita, canta, brinca de gangorra e de pirata com a mamãe, faz travessuras, fica de castigo, dança com o vovô e cavalga com o papai, nada como um peixe... e tudo em uma cadeira de rodas.
EM CLASSE Depois da leitura, pergunte se algum dos desenhos poderia levá-los a perceber que Sílvia não anda. Quando ela brinca de pirata, por exemplo, a mãe segura as pernas dela com as próprias pernas.
ESTA É SÍLVIA, Jeanne Willis e Tony Ross, 32 págs., Ed. Salamandra, tel. (11) 6090-1500, 23,50 reais

Ninguém é perfeito
Um acidente de carro e uma conseqüente paraplegia fazem a vida de Marcella dar uma guinada. A menina que arrasava nos jogos de vôlei se transforma numa pessoa triste, revoltada e sem esperança. Aos poucos, ela se recupera com a ajuda de diversas pessoas, entre elas o irmão, que, no final, conclui “...a gente é como um pedaço da noite. De longe, estrelas perfeitas. De perto, estrelas tortas!”
EM CLASSE Proponha aos jovens que façam um levantamento no bairro sobre a acessibilidade física e estimule-os a redigir um relatório e enviá-lo à Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência.
ESTRELAS TORTAS, Walcyr Carrasco, 104 págs., Ed. Moderna, tel. (11) 6090-1300, 23 reais

Um dia de glória
Divertida e cheia de lições é a história dos garotos do time reserva de futebol da escola que nunca entram em campo, até que, um dia, os titulares pegam caxumba e não podem jogar a final.
EM CLASSE O texto facilita a dramatização, atividade que pode estimular o difícil exercício de colocar-se no lugar do outro, e suscita o debate sobre a tolerância.
DESPREZADOS F.C., Júlio Emílio Braz, 80 págs., Ed. Saraiva, tel. (11) 3613-3000, 15,90 reais

Brincadeira de mau gosto
Jéssica, 10 anos, é negra e enfrenta preconceito racial na escola. Nem a professora considera ofensivas as brincadeiras dos colegas. Mas um dia ela reage.
EM CLASSE Para facilitar o debate, o texto destaca expressões pejorativas e faz refletir se a escola garante o crescimento intelectual e afetivo de crianças negras.
TRAMAS DA COR: ENFRENTANDO O PRECONCEITO NO DIA-A-DIA ESCOLAR, Rachel de Oliveira, 112 págs., Ed. Selo Negro, tel. (11) 3872-3322, 22 reais

Medos e amizades
Antônia e H são amigos, mas diferentes. Ela fala demais e ele de menos. Ele adora ler e ela só abre os livros que a professora manda. Ele faz o tipo bonitão e ela aquela em quem ninguém repara. Quando começam a confiar um no outro, passam a compartilhar seus medos.
EM CLASSE Pergunte: o diferente pode causar medo? Peça aos alunos que respondam sem se identificar e troquem entre si as redações. Depois, cada um se manifesta sobre o medo do outro e diz o que pode ser feito para superá-lo.
AMIGO SE ESCREVE COM H, Maria Fernanda Heredia, 128 págs., Ed. Nova Fronteira, tel. (21) 2537-8770, 19 reais

Recursos para Educação Inclusiva

Recursos para a educação inclusiva

Para quem não enxerga ou não consegue se movimentar, equipamentos, objetos e brinquedos inclusivos possibilitam um aprendizado mais fácil.
A criança chega à escola sem falar ou mexer braços e pernas. É possível ensiná-la a ler, por exemplo? Sim, e na sala regular. Para quem tem deficiência, existe a tecnologia assistiva, composta de recursos que auxiliam na comunicação, no aprendizado e nas tarefas diárias.
As chamadas altas tecnologias são, por exemplo, livros falados, softwares ou teclados e mouses diferenciados. "Existem recursos para comandar o computador por meio de movimentos da cabeça, o que ajuda quem tem lesão medular e não move as mãos", afirma a fisioterapeuta Rita Bersch, diretora do Centro Especializado em Desenvolvimento Infantil, em Porto Alegre, onde as crianças que aparecem nesta reportagem são atendidas. Já as baixas tecnologias são adaptações simples, feitas em materiais como tesoura, lápis ou colher.
Com o mesmo intuito de promover a inclusão, há brinquedos que divertem crianças com e sem deficiência. Os mostrados aqui foram feitos por alunos de Arquitetura da Universidade Federal de Santa Catarina. Já os livros táteis são do Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual, de Florianópolis. O educador da classe regular pode procurar esses materiais na sala de atendimento educacional especializado (a sala de apoio). "Nela, o professor especializado oferece recursos e serviços que promovem o acesso do aluno ao conhecimento escolar. Por isso, o diálogo entre os dois profissionais é fundamental", afirma Rosângela Machado, coordenadora de Educação Especial do município de Florianópolis. Confira alguns materiais que podem favorecer a aprendizagem da sua turma.

TECLADO VERSÁTIL

Matheus Levien Leal, 10 anos, está na 4a série e tem paralisia cerebral e baixa visão. Ele usa um teclado com várias lâminas, trocadas de acordo com a atividade. A de escrita, por exemplo, tem cores contrastantes e letras grandes. O equipamento é programado para ajustar o intervalo entre os toques, evitando erros causados por movimentos involuntários.

DIGITAÇÃO SEM ERROS

O suporte, colocado sobre o teclado, chama-se colméia. Ele impede que o estudante com dificuldade motora pressione a tecla errada.

NUM PISCAR DE OLHOS

O acionador faz a função do clique do mouse e pode ser ativado ao bater ou fechar a mão, puxar um cordão, piscar, soprar, sugar... O aparato pode ser colocado em qualquer parte do corpo do aluno. Com ele, é possível acessar livros virtuais, brincar com jogos e até digitar, usando um teclado virtual.

JOGOS COLORIDOS

João Vicente Fiorentini, 10 anos, tem deficiência física e está na2a série. Por causa da dificuldade de segurar o lápis, ele usa materiais adaptados e aprende a escrever com jogos feitos de tampinhas e cartões plastificados. O material permite a João ainda relacionar cores e quantidades.

Quer saber mais?

CONTATOS
Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual, . Ferreira Lima, 82, 88015-420, Florianópolis, SC, tel. (48) 2106-5902

Centro Especializado em Desenvolvimento Infantil, Av. Elias Cirne Lima, 243, 91530-310, Porto Alegre, RS, tel. (51) 3026-4026

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Jogo do adivinha

Adivinha (Alfabetização)


Data: 11/07/2008

Material necessário

- Fichinhas (quadradinhos) com desenhos feitos pelos alunos de objetos, meios de transportes, alimentos, vestuário, etc.



Objetivo

- Este jogo auxilia o desenvolvimento do raciocínio, atenção e conhecimento. Além disso, desenvolve a criatividade e vocabulário dos alunos.

Procedimento

- Os alunos devem ficar em duplas;

- Cada dupla receberá algumas fichinhas; as fichas devem ser embaralhadas e dispostas sobre a mesa;

- Um dos alunos deverá pegar uma ficha, sem mostrar o desenho para o colega, o seu parceiro deverá adivinhar a figura, fazendo perguntas, por exemplo: "É de comer?", "Tem rodas?", sendo que as respostas deverão ser apenas "sim" ou "não".

Iniciação matemática para portadores de Deficiências Mentais

Iniciação Matemática para Portadores de Deficiências Mentais


Autor: Karen Daltoé, Matheus Silveira
Data: 01/08/2008

INTRODUÇÃO
A preocupação em obter uma formação profissional, acima de tudo humana, consistente nos levou a cursar a disciplina de Educação Especial, que nos proporcionaria os conhecimentos básicos iniciais, de sorte que pudéssemos atender aos alunos que apresentam necessidades educativas especiais.
O presente trabalho, de conclusão da disciplina, foi motivado a partir de nossa inquietação acerca de como se daria o conhecimento matemático em alunos portadores de deficiência mental. Isto é, o que poderíamos fazer enquanto professores de matemática para atender, dentro de nossas possibilidades, às necessidades educativas e matemáticas dos alunos especiais.
Certos de que de forma alguma permaneceríamos estáticos frente às diversas problemáticas, elaboramos este trabalho, que se encontra desenvolvido da seguinte maneira: Inicialmente apresentamos uma breve pincelada histórica, a definição e os tipos de deficiência mental. A seguir, algumas maneiras de como identificar um aluno deficiente mental dentro da sala de aula. Posteriormente, abordamos tópicos como a inclusão, o papel do professor frente à problemática e, por fim, tratamos com mais especificidade a iniciação matemática para deficientes mentais. Ainda anexamos a este material o relatório da visita que fizemos à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).
Diversas são as áreas que vêm se preocupando com crianças e adultos deficientes mentais, dentre elas educação, psicologia, serviço social e medicina, sendo que cada uma delas vê a condição a partir de sua própria perspectiva. Obviamente, nosso trabalho enfatiza o ponto de vista educacional; porém, nosso objetivo não é o de aprofundar conceitos, mesmo porque nem teríamos formação suficiente para isso. O que pretendemos é a aquisição mínima e necessária dos conceitos e técnicas mais simples acerca da Educação Matemática para deficientes mentais.

"Algumas crianças aprendem mais rapidamente do que outras; algumas aprendem mais vagarosamente que seus companheiros da mesma idade e, conseqüentemente, têm dificuldades em se adaptar às demandas sociais". (Kirk, 1979).

UM POUCO DE HISTÓRIA

As tentativas organizadas por profissionais para ajudarem as crianças lentas começaram há menos de duzentos anos, com Jean Itard, um médico francês que tentou educar um menino encontrado vagando na floresta nos arredores de Aveyron. Apesar de Itard ter sentido que suas tentativas de ensinar o menino selvagem de Aveyron falharam, um de seus alunos, Edward Seguin, desenvolveu muito as abordagens de Itard e tornou-se líder reconhecido do movimento de auxílio às crianças e adultos retardados.
Seguin foi para os Estados Unidos em 1848, devido à agitação política na Europa. Os esforços desse país em educar as crianças deficientes mentais foram intensificados pelo trabalho de Seguin. O cuidado e a educação do deficiente mental nos Estados Unidos transferiram-se gradativamente das grandes instituições para as classes especializadas das escolas públicas e mudaram para a atual filosofia de integrar crianças deficientes mentais à sociedade tanto quanto possível.

DEFINIÇÃO DE DEFICIÊNCIA MENTAL

Existem diversas definições de deficiência mental. Muitas delas divergem entre si, por resultarem de enfoques de diferentes áreas profissionais como medicina, psicologia, serviço social e educação.
Em tentativas mais recentes de se definir deficiência mental, a ênfase mudou significativamente de uma condição que existe somente no indivíduo para uma que representa uma interação do indivíduo com um ambiente em particular.
Apresentaremos duas definições: a definição criada pelos principais membros da Associação Americana de Deficiência Mental (AAMD) e a proposta pela American Association On Mental Retardation (AAMR), esta última em 1992.